Prescrição de alimento subsidiado em vez de remédio ganha força – 26/03/2019 – Cláudia Collucci – Folha
Estudo diz que iniciativa reduziria doenças e custos nos sistemas de saúde.
Estudo diz que iniciativa reduziria doenças e custos nos sistemas de saúde.
O Centro de Telessaúde da UFMG vai ofertar no próximo 3 de abril [quinta-feira que vem] a webaula “Manejo Nutriocional da Obesidade na Atenção Primária”. Trata-se de uma importante iniciativa para promoção da formação dos profissionais da saúde, onde serão abordados assuntos ligados ao tema.Entre os tópicos trabalhados na webaula estão: – Definição, diagnóstico e epidemiologia – Desafios e objetivos do tratamento – Tratamento da pessoa com obesidade – Metas para o tratamento da pessoa com obesidade – Mitos – Perspectivas de Educação Permanente
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Por Carolina Dantas, G1
Cientistas pedem inclusão da licença-maternidade no currículo
Após um pedido assinado por cientistas mulheres, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) informou nesta quarta-feira (27) que irá incluir uma aba com os períodos de licença maternidade e paternidade no currículo Lattes, principal plataforma para inclusão de publicações e desenvolvimento de pesquisa no país.
O G1 mostrou o caso em novembro. O documento foi assinado pela professora Pâmela Mello Carpes, da Unipampa, que chamou a atenção dos colegas ao colocar a seguinte frase no currículo: “Mãe de um filho de 14 anos, é atuante na causa das mulheres na ciência”.
Currículo Lattes de Pâmela Mello Carpes — Foto: Reprodução/Plataforma Lattes
A pesquisadora faz parte de um grupo de cientistas que busca chamar a atenção para uma queda iminente na produção durante o período de licença-maternidade – e como isso pode influenciar negativamente na carreira de pesquisadoras.
Com a iniciativa, Pamela acabou servindo como modelo para outras cientistas. Outras mulheres passaram a incluir o período de licença na descrição do currículo Lattes – era uma primeira tentativa de sinalizar para órgãos de financiamento porque há uma queda nas publicações durante os seis meses.
O CNPq disse que a nova aba depende de alguns ajustes no sistema, que serão feitos pela área de informática. A mudança ocorrerá efetivamente nos próximos meses.
“As informações sobre maternidade e paternidade poderão ser utilizadas, por exemplo, na avaliação de produtividade do (a) pesquisador (a), um critério importante no julgamento de propostas de bolsa, já que o período de licença maternidade pode afetar diretamente na produção de artigos e outros resultados”, disse a instituição em nota.
O físico e astrônomo brasileiro Marcelo Gleiser, de 60 anos, é o vencedor deste ano do Prêmio Templeton, uma espécie de Nobel da espiritualidade. O anúncio foi feito nesta terça-feira (19/03) pela Fundação John Templeton, dos Estados Unidos, que concede a honraria desde 1973. Natural do Rio de Janeiro, é professor do Dartmouth College, em New Hampshire, Estados Unidos, há 28 anos, e ganhou projeção como divulgador de ciência, participando de programas de televisão nos Estados Unidos, na Inglaterra e no Brasil. Autor de livros que discutem a origem do Universo, Gleiser frequentemente aborda a relação entre ciência e religião. Ele receberá US$ 1,4 milhão (cerca de R$ 5,3 milhões), valor superior ao do próprio Nobel, de cerca de US$ 1 milhão.O brasileiro é o primeiro latino-americano a receber o prêmio, que será entregue oficialmente em uma cerimônia em Nova York, no dia 29 de maio. A láurea é destinada anualmente a profissionais com “contribuições excepcionais para a afirmação da dimensão espiritual da vida, seja por meio de insights, descobertas ou obras práticas”, segundo anúncio da Fundação Templeton.
“Físico teórico, cosmólogo e um dos principais proponentes da visão de que ciência, filosofia e espiritualidade são expressões complementares da necessidade da humanidade de abraçar o mistério e explorar o desconhecido”, afirmou Heather Templeton Dill, neta do criador do prêmio, em um vídeo divulgado no site da fundação. De acordo com ela, Gleiser incorpora os valores que inspiraram seu avô, o banqueiro norte-americano John Templeton (1912-2008), a criar o prêmio na década de 1970. “Ele achava que Alfred Nobel [1833-1896] havia negligenciado um componente muito importante da existência humana: a religião e a espiritualidade”, disse Dill. Dentre os laureados anteriores estão Madre Teresa de Calcutá (1910-1997), o Dalai Lama e o físico britânico Paul Davies.
“O caminho para a compreensão e a exploração científica não é apenas sobre a parte material do mundo, e minha missão é trazer de volta para a ciência e para as pessoas que se interessam por ciência esse apego àquele mistério”, declarou o astrônomo no vídeo. “É fazer as pessoas entenderem que a ciência é apenas mais uma maneira de nos envolvermos com o mistério de quem somos.”
Formado em física pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), Gleiser fez o mestrado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), concluído em 1982, e obteve o doutorado em cosmologia no King’s College London, na Inglaterra, em 1986. Fez estágio de pós-doutorado na Universidade da Califórnia em Santa Barbara e no Fermi National Accelerator Laboratory, o Fermilab, um dos mais importantes laboratórios de física de partículas do mundo, ambos nos Estados Unidos.
Aos 32 anos, foi nomeado professor assistente de física e astronomia em Dartmouth e, aos 39, professor titular do posto. Publicou cerca de 100 artigos científicos – seu principal objeto de estudo é a cosmologia. Autor de cinco livros em inglês e nove em português, foi colunista do jornal Folha de S.Paulo. Em 2006, apresentou uma série em 12 episódios sobre cosmologia no programa Fantástico, da TV Globo.
Em entrevista à agência de notícias francesa AFP, Gleiser disse que se considera agnóstico, e não ateu. “O ateísmo é uma crença na não crença. Então você nega categoricamente algo contra o qual não tem provas”, afirmou. “Mantenho a mente aberta, porque entendo que o conhecimento humano é limitado.” Gleiser lamentou que os “novos ateus” tenham ampliado a distância com a religião, como o zoólogo britânico Richard Dawkins. Para o astrônomo, que cresceu na comunidade judaica carioca, religião não é apenas acreditar em Deus. “Ela dá um senso de identidade e comunidade”, afirmou à AFP.
Em muitas de suas obras, entre elas A dança do Universo (Companhia das Letras, 1997), Gleiser procura reforçar o vínculo entre ciência e filosofia. Em A simples beleza do inesperado (Record, 2016), escreveu: “Como cientista, tenho o privilégio de viajar pelo mundo, participando de conferências de todos os tipos, incluindo tópicos que vão da origem do Universo à origem da vida, do significado filosófico das leis da Natureza à relação entre ciência e religião”.
Lançada em caráter experimental em abril do ano passado, a Plataforma Acácia finalmente entrou em funcionamento com a missão de reconstituir a genealogia acadêmica de pesquisadores brasileiros. Uma busca rápida no site do projeto permite que estudantes, professores e pesquisadores com currículos registrados na Plataforma Lattes possam identificar as linhagens acadêmicas às quais pertencem, restabelecendo laços entre orientadores e seus alunos construídos nos últimos 75 anos. A iniciativa foi idealizada em 2016 (ver Pesquisa FAPESP nº 249) e utiliza informações extraídas do Lattes, que reúne mais de 5 milhões de currículos acadêmicos.
“Embora já possa ser consultada, a Plataforma Acácia continua em desenvolvimento”, diz Jesús Pascual Mena-Chalco, professor do Centro de Matemática, Computação e Cognição da Universidade Federal do ABC (UFABC) e coordenador do projeto. “Por enquanto, é possível fazer buscas sobre pesquisadores individuais. Em um futuro próximo, novas funcionalidades serão incorporadas para facilitar o acesso a informações não apenas de pessoas, mas também de grupos de pesquisa, departamentos e universidades nas mais diversas áreas do conhecimento”, explica.
O nome dado à plataforma faz referência à árvore acácia, uma espécie nativa do sudeste da Austrália cujo formato da copa se assemelha a grafos da genealogia acadêmica brasileira – ou seja, são compactos, remetendo à jovem história da ciência no Brasil. “A ciência brasileira tem poucos anos, quando comparada com a de outros países. É possível identificar com certa facilidade quais foram os pesquisadores que contribuíram de maneira relevante na formação da geração seguinte nas grandes áreas do conhecimento”, diz Mena-Chalco.
A plataforma dedica uma página ao físico paranaense Cesar Lattes (1924-2005), um dos nomes mais importantes da física experimental brasileira. Nela, estão listados os nomes de seus sete “filhos” acadêmicos (orientados) – no total, o número de descendentes diretos e indiretos de Lattes chega a 437. Um dos descendentes diretos de Lattes, por exemplo, é a física Carola Dobrigkeit Chinellato, do Instituto de Física Gleb Wataghin da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), que foi orientada por Lattes no doutorado em 1982 e, desde então, gerou 29 descendentes diretos e indiretos.
A genealogia acadêmica organiza os vínculos entre gerações de pesquisadores. O orientador é considerado o “pai” dos mestres e doutores que ajudou a formar. Esses, por sua vez, poderão gerar “netos” acadêmicos e assim por diante. A abordagem é semelhante à de plataformas internacionais disponíveis na internet, como o Mathematics Genealogy Project e o Neurotree Project , que permitem mapear ancestrais acadêmicos dos pesquisadores em matemática e neurociência.
“A Plataforma Acácia pode contribuir para estudos de história e sociologia da ciência brasileira e também fornecer subsídios para a formulação de políticas públicas”, afirma Rafael Jeferson Pezzuto Damaceno, aluno de doutorado em ciência da computação na UFABC e membro da equipe que elaborou a plataforma. De acordo com ele, a Acácia deverá gerar indicadores capazes de avaliar quais áreas do conhecimento são mais proeminentes no Brasil. “Se for verificado que o número de descendentes é baixo em determinado campo de pesquisa considerado estratégico, o governo poderia criar políticas específicas para incentivar a formação de pesquisadores naquela área”, diz Damaceno.
Por ora, a Plataforma Acácia não disponibiliza informações agrupadas por área do conhecimento nem referentes a programas de pós-graduação ou instituições de pesquisa. A ideia é de que seja criada, em breve, uma aba no site da plataforma para essa opção de busca. “Será possível pesquisar quais são os cientistas com maior descendência acadêmica na física ou nas ciências biológicas, por exemplo”, avisa Mena-Chalco.
Em um estudo publicado no início do ano na revista Scientometrics, Mena-Chalco, Damaceno e outros colaboradores demonstram como os dados da Plataforma Acácia podem ser explorados. Os autores analisaram cerca de 737 mil currículos Lattes e determinaram o grau de interdisciplinaridade entre diversas áreas do conhecimento, com base nas relações entre orientadores e orientandos. “Observamos que as principais áreas do conhecimento, como ciências exatas, biológicas e sociais, têm um certo grau de interdisciplinaridade no Brasil. Não é incomum encontrar biólogos que tiveram como ‘pais’ acadêmicos engenheiros ou físicos, por exemplo”, conta Damaceno. O estudo também avaliou a taxa de fecundidade, uma medida que representa o número de orientações concluídas. “É mais provável que um pesquisador que obteve o título de doutor há 20 anos oriente mais alunos do que aquele que concluiu o doutorado há 50 anos e pode estar mais afastado das atividades acadêmicas”, explica Damaceno.
Mena-Chalco chama a atenção para o fato de que a Plataforma Acácia leva em consideração apenas relações de orientação formal, ou seja, aquelas registradas nos currículos da Plataforma Lattes. Outra característica é que cientistas que não têm currículo Lattes, mas orientaram pessoas que o têm, não ficam de fora da Acácia. Um exemplo é o do parasitologista mineiro Amílcar Viana Martins (1907-1990), que não chegou a ter um currículo na Plataforma Lattes – criada em 1999 pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) –, mas seu nome consta na Acácia devido a sua árvore genealógica extensa, com mais de 600 descendentes diretos e indiretos.
Estrangeiros também podem ser encontrados, desde que tenham orientado pelo menos uma pessoa do Brasil. “Esperamos que a Plataforma Acácia seja utilizada por pesquisadores como uma ferramenta para produzir novos trabalhos sobre a comunidade científica brasileira e também para avaliar o êxito de um cientista na tarefa de formar sucessores”, afirma Mena-Chalco.
Fonte: http://revistapesquisa.fapesp.br/2019/03/15/raizes-da-ciencia-brasileira/
Já está disponível na página do Processo Seletivo de Mestrado e Doutorado de 2019 a homologação das inscrições.
Para acessar basta ir em: Menu > Processo de Seleção > Mestrado e Doutorado ou Clique Aqui
[ATUALIZAÇÃO 22/03/2019] Foi verificada e corrigida a Homologação dos Inscritos da Seleção do Doutorado. A Errata está publicada na página do processo seletivo.
[ATUALIZAÇÃO 26/03/2019] As respostas dos recursos está disponível na secretaria do PPGN. Informamos que não houve alteração na homologação após os pedidos de recurso impetrados.
O físico e astrônomo carioca Marcelo Gleiser, anunciado como o grande vencedor do Prêmio Templeton 2019 nesta terça-feira (19), não faz o tipo introspectivo que o estereótipo de cientistas poderia ter. Ao contrário: gosta de se expressar, é frequentemente chamado para dar palestras para diferentes audiências e, com mais de 100 artigos acadêmicos publicados, ele também é best-seller com livros que tratam a ciência de uma forma mais abrangente e reflexiva, voltado para o público em geral.
LANÇAMENTO: Carta Política e do Curta Agroecologia do IV ENA* | Debate público Agroecologia e Democracia unindo campo e cidade: lançamento da Carta Política do IV Encontro Nacional de Agroecologia (IV ENA) com exibição de vídeo-reportagem sobre o IV ENA. *Hoje, dia 13/03*, no terceiro dia do Seminário “Perspectivas no Ensino, Pesquisa e Extensão em Agroecologia no Brasil”. *Acompanhe o encontro pelo link abaixo e participe* – teremos espaço para perguntas após as falas! Nos envie sua contribuição pela própria página de transmissão. #NEAs #ConstruçãoDoConhecimento #AgroecologiaeDemocracia #UnindoCampoeCidade #EnsinoPesquisaExtensão
Revista Pesquisa FAPESP
http://revistapesquisa.fapesp.br/2019/03/12/engrenagem-complexa/
Instituição pública ou privada? Com ou sem pesquisa e pós-graduação? Com que estrutura docente e curricular? Muito do que existe hoje no país vem da reforma universitária empreendida durante o período militar (1964-1985) e tem influência de modelos adotados em outros países – sobretudo Estados Unidos, França e Alemanha.
http://revistapesquisa.fapesp.br/2019/03/12/modelos-recriados/
Entre 2000 e 2015, os aportes somados da União, dos estados e dos municípios praticamente dobraram, o que também elevou a proporção de investimentos em relação ao Produto Interno Bruto (PIB)
http://revistapesquisa.fapesp.br/2019/03/12/engrenagem-complexa/#mecanismos-complexos-1
A maior parte dos recursos destinados à educação brasileira vem dos estados e dos municípios (laranja). A contribuição da União, de cerca de um terço do total (verde), é voltada principalmente para o ensino superior.
http://revistapesquisa.fapesp.br/2019/03/12/engrenagem-complexa/
A maior fatia de recursos alocados no país vai para o ensino fundamental, que está universalizado; na expansão de financiamento ao longo dos anos, o ensino superior foi o que menos se beneficiou.
http://revistapesquisa.fapesp.br/2019/03/12/engrenagem-complexa/#mecanismos-complexos-2
O Plano Nacional de Educação prevê atender ao menos 50% das crianças em creches até 2024. A meta está distante, mas o percentual de matriculados nessa faixa etária de até 3 anos ainda é maior do que o percentual de jovens com idades entre 18 e 24 que cursam o ensino superior.
http://revistapesquisa.fapesp.br/2019/03/12/engrenagem-complexa/#mecanismos-complexos-3
Mostramos como funciona o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação, o Fundeb, que distribui recursos para toda a educação básica: da creche ao ensino médio
http://revistapesquisa.fapesp.br/2019/03/12/engrenagem-complexa/#mecanismos-complexos-4
Quando se analisa o percentual do PIB destinado ao ensino fundamental e ao médio, o Brasil parece equiparado à média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e se aproxima dos Estados Unidos; mas como o PIB brasileiro é mais baixo, o valor investido por aluno é menor no país, bem abaixo da média da OCDE
http://revistapesquisa.fapesp.br/2019/03/12/engrenagem-complexa/#mecanismos-complexos-7
Dos anos 1960 para cá, houve uma inversão na representatividade das instituições públicas e privadas em termos do número de matrículas. Essa trajetória é marcada pela reforma educacional do regime militar nos anos 1960, a autonomia universitária estabelecida nos anos 1980, a legislação que permite fins lucrativos no ensino superior nos anos 1990 e a expansão dos anos 2000
http://revistapesquisa.fapesp.br/2019/03/12/modelos-recriados/#mecanismos-complexos-8
Preparamos uma linha do tempo com alguns marcos do ensino superior no Brasil desde a fundação da primeira instituição, na Bahia, em 1808, até a expansão das universidades federais em 2004.
http://revistapesquisa.fapesp.br/2019/03/12/modelos-recriados/#mecanismos-complexos-10