Trabalho com os dados do Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (ERICA) será apresentado na modalidade Comunicação Oral Coordenada no 11º Congresso Brasileiro de Epidemiologia, que acontecerá entre os dias 22 a 26 de novembro de 2021.
O trabalho intitulado “Grupos alimentares contribuintes para a ingestão de ômega-6 por adolescentes brasileiros”, oriundo da dissertação de mestrado de Camila Tureck, com orientação do Prof. Dr. Francisco de Assis Guedes de Vasconcelos e coorientação da Dra. Anabelle Retondario, teve como objetivo identificar os grupos alimentares contribuintes para a ingestão de ômega-6 por adolescentes brasileiros de 12 a 17 anos de idade.
O ácido graxo linoleico (ômega-6) é considerado essencial, pois o organismo não é capaz de produzi-lo e assim ele precisa ser proveniente da alimentação. Os óleos vegetais são as principais fontes alimentares dos ácidos graxos ômega-6.
Os efeitos do ômega-6 na saúde humana tem sido estudados. Conforme o Posicionamento da Sociedade Brasileira de Cardiologia de 2021, substituir parcialmente os ácidos graxos saturados da dieta por poli-insaturados ômega-6 pode ser recomendado para melhorar a sensibilidade à insulina. Os ácidos graxos saturados são encontrados em alimentos como óleo de palma, óleo de coco e gordura animal.
Foram incluídos nesta pesquisa 36.751 adolescentes investigados pelo ERICA em 2013-2014. Os dez grupos alimentares que mais contribuíram para a ingestão de ômega-6 foram: frango/preparações de frango (11,8%), feijões e leguminosas (11,2%), biscoitos salgados (10,7%), carne bovina/preparações de carne bovina (9,5%), tubérculos (6,5%), arroz/preparações de arroz (5,3%), salgadinhos fritos e assados (4,9%), biscoitos doces (4,5%), massas/preparações de massas (4,5%) e carne de porco/preparações de carne de porco (4,2%).
Foi possível verificar que os grupos alimentares que mais contribuíram para a ingestão de ômega-6 foram aqueles de maior consumo pelos adolescentes, como é o caso do arroz e do feijão. Destaca-se a importância de incentivar a manutenção no consumo deste prato típico brasileiro, visto que reduziu consideravelmente conforme a última Pesquisa de Orçamentos Familiares (2017-2018), sendo de 37% para o arroz e 52% para o feijão comparado com a POF realizada em 2002-2003.
Tendo em vista os possíveis efeitos benéficos do ômega-6 na saúde e o cenário da sua ingestão pelos adolescentes brasileiros, este estudo pode contribuir com conhecimento científico para orientar políticas públicas e condutas profissionais na prática clínica.
Os participantes inscritos no evento poderão acessar a apresentação pelo link: https://www.congressohibrido.com.br/11epi/
Autores do trabalho: Camila Tureck, Anabelle Retondario, Amanda de Moura Souza, Bernardo Paz Barboza, Liliana Paula Bricarello, Mariane de Almeida Alves, Francisco de Assis Guedes de Vasconcelos.